Histórico de Eunápolis

 

Eunápolis nasceu com a construção da BR-5 (atual BR-101). Não se tem notícias de povoamento anterior, no local, à construção da rodovia que liga o Rio à Bahia, através do litoral. Sabe-se que um agrupamento de casas para abrigar os trabalhadores que abriam caminhos pelas densas árvores remanescentes da Mata Atlântica deu origem a um vilarejo conhecido por km 64 - hoje um bairro distante do centro de nome Gabiarra -, antes situado em território do município de Santa Cruz Cabrália, hoje sendo o menor distrito do próprio município de Eunápolis. O vilarejo cresceu bastante, chegando a ser conhecido, já com o topônimo de Eunápolis, como o maior povoado do mundo. O nome da cidade é uma homenagem ao senhor Eunápio Peltier de Queiróz, secretário estadual de Viação e Obras públicas, responsável pela desapropriação das fazendas ao redor do núcleo de residências que se formava, doando-as para a formação do povoado. Tais terras eram divididas entre os municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália Município criado com territórios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, por força da Lei Estadual de 12 de Maio de 1988. A sede ganhou foros de cidade da lei que criou o município.

MAIOR POVOADO DO MUNDO
No período de rápido progresso da década de 70, apareceu o slogan: Eunápolis “o maior povoado do mundo”. O ufanismo de sua gente e a vontade de ver sua terra crescer transformou a frase num slogan que todos passaram a pronunciar com orgulho. O povoado era notícia em revistas, jornais e TVs de estado até do país, como o povoado que mais crescia, como também por sua violência e invasões de terra. Tudo era grande, inclusive a estimativa da população que alguns calculavam entre 150 e 200, mas que na verdade não passava de 50 a 60 mil habitantes, mesmo assim, maior que a população de cada um dos dois municípios a que pertencia. Sua importância econômica era tão grande na micro-região, que as sedes das prefeituras de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália situavam-se aqui.

EMANCIPAÇÃO
O povoado era formado por terras de Porto Seguro (20%) e Santa Cruz Cabrália (80%), isso depois da grande disputa entre as duas cidades. A divisão e a rivalidade atrapalharam bastante o processo de emancipação, pois Eunápolis era governado por dois administradores, um de Porto Seguro e outro de Santa Cruz Cabrália.
Em 1962, Moisés Reis, através de um projeto apresentado a Câmara Municipal de Porto Seguro, onde era vereador, sugeriu a emancipação do povoado e o pedido foi recusado.
Em 1975, foi à vez de o deputado federal Henrique Cardoso propor a emancipação. Foi organizada uma comissão popular, constituída por Expedito Otaviano, Dr. Benedito, entre outros.
Em 1985, alguns políticos locais ficaram contra o plebiscito, impedindo a sua realização. Foi em 7 de fevereiro de 1988 que o plebiscito se tornou realidade, proposto pela comissão de emancipação e pelo então deputado estadual José Ramos Neto. Dr. José Ramos Neto chegando a Eunápolis com o documento de emancipação O projeto de lei que propôs e garantiu a emancipação foi o de nº 5284/81, de autoria do deputado Carlos Araújo.
O plebiscito se tornou uma grande festa cívica, mobilizando todo o povoado, que ficou dividido. Alguns achavam que Eunápolis pararia de crescer e outros achavam que iria crescer mais rapidamente. Neste embate ficaram faltando votos para confirmar a emancipação, foi quando muitos eleitores favoráveis ao SIM, passaram a votar várias vezes, garantindo a emancipação. Em 12 de maio de 1988, o então governador do estado, Waldir Pires, assinou o decreto nº 4770 que emancipou oficialmente o povoado, confirmando a vitória da emancipação no plebiscito. Eunápolis passou então a ser uma cidade independente.